Como investir em Bolsa de Valores fora do Brasil?
- Márcio Silva

- 17 de ago
- 3 min de leitura
Investir em bolsas de valores fora do Brasil é uma estratégia cada vez mais comum entre brasileiros que buscam diversificar a carteira e ter exposição a mercados mais maduros e a empresas globais.
Embora possa parecer complexo, o processo se tornou mais acessível com a evolução das plataformas de investimento.
Por que investir fora do Brasil?
As principais vantagens de investir no exterior são:
Diversificação Geográfica: Ao não depender apenas da economia brasileira, você reduz a exposição a riscos locais, como crises políticas ou econômicas, e pode se beneficiar do crescimento de diferentes países.
Acesso a Moedas Fortes: Investir em ativos cotados em moedas como o dólar ou o euro funciona como uma proteção cambial, valorizando seu patrimônio em momentos de desvalorização do real.
Oportunidade de Investir em Empresas Globais: Você pode se tornar acionista de companhias como Apple, Google, Microsoft, ou ter acesso a setores que são pouco desenvolvidos no Brasil, como o de tecnologia.
Como investir?
Existem duas formas principais para o investidor brasileiro acessar o mercado internacional:
1. Investimento Direto no Exterior
Esta é a forma mais direta de investir. Você precisará de uma conta em uma corretora estrangeira.
Abrir uma conta: Escolha uma corretora que atenda investidores brasileiros. Algumas corretoras americanas, como Avenue, Nomad e Interactive Brokers, se popularizaram entre os brasileiros por oferecerem plataformas em português e facilidade no processo de abertura de conta.
Enviar dinheiro: Transfira o valor que deseja investir da sua conta no Brasil para a corretora no exterior. Geralmente, isso envolve uma operação de câmbio (real para dólar, por exemplo) com as taxas e o spread da corretora.
Escolher os ativos: Com o dinheiro na conta, você pode comprar ações de empresas, ETFs (fundos de índice que replicam o desempenho de um mercado, como o S&P 500) ou outros ativos diretamente nas bolsas de valores estrangeiras.
2. Investimento no Brasil (Via BDRs e Fundos)
Se você prefere não abrir conta no exterior, pode investir em ativos internacionais por meio da bolsa brasileira (B3).
BDRs (Brazilian Depositary Receipts): São certificados que representam ações de empresas estrangeiras. Ao comprar um BDR, você não adquire a ação diretamente, mas um recibo lastreado nela. O preço do BDR varia com a cotação da ação lá fora e com a variação do dólar.
ETFs: Existem ETFs listados na B3 que investem em mercados estrangeiros, como o IVVB11 (que replica o S&P 500) ou o NASD11 (que replica o Nasdaq). Assim, você compra uma cota que representa a performance de um índice internacional.
Fundos de Investimento Internacionais: Fundos geridos por profissionais no Brasil que alocam os recursos em ativos no exterior. É uma opção para quem busca diversificação sem ter que escolher os ativos individualmente.
Impostos sobre investimentos no exterior
A tributação para o investidor brasileiro pode ser um dos pontos mais complexos e exige atenção. As regras foram alteradas recentemente e agora, como regra, a renda de aplicações financeiras no exterior é tributada em uma alíquota única de 15% ao ano.
É fundamental consultar um especialista em contabilidade ou investimentos para entender as regras de declaração de Imposto de Renda e evitar a bitributação, pois há acordos entre Brasil e outros países para compensar impostos já pagos. A variação cambial também é considerada ganho de capital e deve ser tributada.
Cuidados e próximos passos
Antes de começar, defina seu perfil de investidor (conservador, moderado, agressivo) e seus objetivos financeiros. Pesquise bem as corretoras, comparando taxas de corretagem, câmbio e a qualidade do suporte.
Investir no exterior pode ser uma excelente estratégia para o seu patrimônio, mas exige estudo e planejamento.




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