Como fazer o diagnóstico de sua situação financeira?
- Márcio Silva

- 5 de mai.
- 3 min de leitura
Para fazer um diagnóstico completo da sua situação financeira, siga este passo a passo de forma estruturada e prática:

1. Levante suas receitas e despesas
Receitas:
Some todas as fontes de renda mensal (salário, freelas, rendimentos de investimentos, etc.). Considere a renda líquida (após impostos).
Despesas:
Liste todos os gastos mensais, separando por categorias:Fixas: Aluguel, contas de água, luz, internet, mensalidades (academia, streaming).
Variáveis:
Alimentação, transporte, lazer, compras.
Sazonais:
Impostos (IPTU, IPVA), presentes de fim de ano, viagens.Use extratos bancários, aplicativos de controle financeiro (como Mobills, GuiaBolso ou YNAB) ou planilhas para organizar.
Dica:
Anote tudo por 1-3 meses para ter uma visão realista, já que gastos podem variar.
2. Calcule seu saldo financeiro
Subtraia as despesas totais das receitas totais:
Saldo positivo:
Você gasta menos do que ganha, o que é ideal para poupar ou investir.
Saldo negativo:
Você gasta mais do que ganha, o que indica necessidade de ajustes urgentes.
Saldo neutro:
Você gasta tudo o que ganha, o que pode limitar sua capacidade de lidar com imprevistos.
3. Avalie suas dívidas
Liste todas as dívidas (empréstimos, cartão de crédito, financiamentos, cheque especial, etc.), incluindo:
Valor total devido.
Taxa de juros.
Prazo de pagamento.
Parcela mensal.
Priorize dívidas com juros mais altos (como cartão de crédito e cheque especial, que no Brasil podem ultrapassar 400% ao ano).
Considere negociar com credores ou consolidar dívidas em um empréstimo com juros menores.
4. Verifique sua reserva de emergência
Avalie se você tem uma reserva para imprevistos (doenças, desemprego, consertos). O ideal é ter de 3 a 6 meses de despesas básicas guardados em investimentos líquidos e seguros (como Tesouro Selic ou CDBs de liquidez diária).
Se não tiver, comece a poupar, mesmo que seja pouco (ex.: 5-10% da renda mensal).
5. Analise seus investimentos
Liste seus investimentos (poupança, ações, fundos, Tesouro Direto, etc.) e avalie:
Rentabilidade:
Está acima da inflação (IPCA)? Compare com benchmarks como CDI ou Ibovespa.
Liquidez:
Pode resgatar rapidamente se precisar?
Risco:
Está adequado ao seu perfil (conservador, moderado, arrojado)?
Se não investe, identifique quanto pode começar a aplicar, mesmo que sejam R$ 50 por mês.
6. Confira sua proteção financeira
Seguros:
Você tem seguro de vida, saúde ou para bens importantes (carro, casa)?
Avalie se são suficientes.
Previdência:
Está contribuindo para o INSS ou tem uma previdência privada?
Pense no longo prazo.
Planejamento sucessório:
Se aplicável, verifique se tem testamento ou planejamento para herança.
7. Calcule indicadores financeiros
Use essas métricas para ter clareza:
Taxa de poupança:
(Renda - Despesas) ÷ Renda.
O ideal é poupar pelo menos 10-20%.
Endividamento:
Dívidas totais ÷ Renda anual.
Acima de 30% é preocupante.
Cobertura de emergência:
Reserva ÷ Despesas mensais.
Abaixo de 3 meses é arriscado.
8. Identifique pontos de melhoria
Com base no diagnóstico, pergunte-se:
Onde posso cortar gastos?
Ex.: Assinaturas não usadas, refeições fora.
Como aumentar a renda?
Ex.: Bicos, venda de itens não usados, capacitação profissional.
Estou protegido contra imprevistos?
Se não, priorize a reserva de emergência.
Meus investimentos estão bem alocados?
Considere diversificar ou buscar ajuda de um planejador financeiro.
9. Crie um plano de ação
Curto prazo (1-6 meses):
Elimine dívidas caras, comece a reserva de emergência, corte gastos desnecessários.
Médio prazo (6-24 meses):
Aumente a poupança, invista regularmente, revise seguros.
Longo prazo (2+ anos):
Planeje aposentadoria, grandes objetivos (casa, estudos) e diversifique investimentos.
Ferramentas úteis:
Planilhas:
Google Sheets ou Excel (modelos gratuitos na internet, como do site "O Primo Rico").
Apps:
Mobills, Organizze, YNAB.
Calculadoras financeiras:
Use simuladores do Banco Central ou da B3 para juros compostos e investimentos.
Educacão financeira:
Leia livros como "Pai Rico, Pai Pobre" ou siga canais confiáveis (ex.: Me Poupe!, Gustavo Cerbasi).
Exemplo prático:
João, 30 anos:
Renda: R$ 4.000/mês.
Despesas: R$ 3.500/mês (R$ 2.000 fixas, R$ 1.500 variáveis).
Dívidas: R$ 5.000 no cartão (juros de 10% a.m.).
Reserva: R$ 1.000 na poupança.
Diagnóstico:
Saldo positivo de R$ 500, mas dívidas caras consomem o fluxo.
Reserva cobre menos de 1 mês de despesas.
Taxa de poupança: 12,5% (razoável, mas comprometida por dívidas).
Plano:
Negociar dívida do cartão para reduzir juros.
Cortar R$ 300 em gastos variáveis (ex.: delivery, streaming).
Destinar R$ 800/mês para quitar dívida em 7 meses.
Após quitar, direcionar R$ 500/mês para reserva de emergência.
Dica final:
Repita o diagnóstico a cada 6-12 meses ou quando houver mudanças significativas (novo emprego, aumento de despesas, etc.).
Se precisar de ajuda personalizada, considere um planejador financeiro CFP® (certificado pela Planejar).




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