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15% da população apostou em bets em 2024 e quase metade está endividada, diz pesquisa

Aqueles que não têm reservas financeiras ou só investem na poupança são os que mais buscam retornos rápidos com as apostas, segundo o estudo.


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Pesquisa divulgada nesta terça-feira (29) aponta que 23 milhões de pessoas fizeram alguma aposta nas bets em 2024, o que representa 15% da população acima de 16 anos. Em 2023, eram 14%. Entre essas pessoas, quase metade (47%) está endividada e 4 milhões (16%) consideram a aposta um tipo de investimento.

Os dados são da 8ª edição do Raio-X do Investidor Brasileiro, feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em parceria com o Datafolha.


Os índices apontam que dois terços dos usuários de bets são do gênero masculino. Na análise por idade, 25% dos apostadores são da geração Z (16 a 28 anos), 21% são millennials (29 a 43 anos), 6% são geração X (44 a 63 anos) e 2% são boomers (acima de 64 anos). 35% dos entrevistados afirmaram que usam os aplicativos das bets uma ou mais vezes na semana, e 46% disseram que apostam raramente.


Gastos com apostas

De acordo com a pesquisa, quem aposta com uma certa frequência diz que a média de gastos mensal com bets é de R$ 216. Entre os que usam os apps raramente, a média cai para R$ 102.


Entre os que apostam:

  • 12% não têm reservas, e apostam em média R$ 236 ao mês;

  • 16% economizam e não investem, e aposta R$ 184 ao mês;

  • 11% investem na poupança, e gastam em média R$ 144 ao mês;

  • 24% têm investimentos diversificados, e apostam em média R$ 241 ao mês.


Aqueles que não têm reservas financeiras ou só investem na poupança são os que mais buscam retornos rápidos com as apostas. A segunda motivação foi ganhar uma grande quantia de dinheiro. Os apostadores que têm investimentos diversificados afirmaram que buscam as bets pela emoção de apostar e como uma forma de diversão.


Tendência ao vício

A pesquisa traz, pela primeira vez, um índice que estima a tendência ao vício em apostas. Durante a coleta de dados, os entrevistados responderam a seis perguntas sobre os hábitos de apostas. As respostas tinham pesos diferentes para a frequência daquele hábito, que variavam entre sempre, às vezes, e nunca.

O resultado apontou que 10% das pessoas que apostam têm tendência ao vício. O percentual representa 3 milhões de pessoas.


As pessoas com alta tendência ao risco têm em média 33 anos, 21% delas encaram bets como investimentos, e gastam em média R$ 683,64 ao mês com as bets. 

Na outra ponta, a pesquisa indica que mais da metade (59%) está no nível mais baixo de tendência ao risco. Segundo o relatório, o número pode indicar que nem sempre a prática está associada a comportamentos compulsivos. Entretanto, os dados são auto declaratórios e, por isso, indicam a forma como as pessoas se vêem frente às apostas.

“Os números sugerem uma situação complexa, marcada por intenções de melhorar a gestão financeira, mas também por desafios significativos para atingir esse objetivo”, afirma a análise de dados da pesquisa.


Recuperar perdas

Entre os apostadores, 52% dizem que tentam recuperar as perdas apostando de novo. Quatro em cada dez se dizem culpados quanto à forma como jogam.

A pesquisa também indica que 30% da amostra declarou apostar mais do que poderia perder e que 10% já recorreu a empréstimo ou venda de bens para continuar apostando.


A pesquisa ouviu 5.846 pessoas com 16 anos ou mais, das classes A/B, C e D/E, nas cinco regiões do país. A coleta de dados foi feita nos dias 4 e 22 de novembro de 2024.A estimativa é que a segmentação corresponda a 160 milhões de habitantes, de acordo com o Censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos.


Élida Oliveira

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